terça-feira, 17 de abril de 2012

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Setembro rompe cascas
expele flores
flores que fenecem
libertando imemorial palavra
metabolismo dos alfabetos
ciclo fecundo
         sem ser signo
         sem ser corpo
         sem registro de datas
a mineral construção do verso
elemento do caos original

Pelas ruas sem nome
bocas e dentes desfilam fome
geografia do avesso
velocidade dos dias levados na ventania
Entre luzes e avenidas
descaminhos da dor
amor cicatrizado esparrama aroma no ar
ecoa a morte do tempo
sem pudor sem deuses
manipulo derradeiro poema

           Vivo, respiro
            as cidades, as pedras
            metamorfose das cores
            arquitetura dos sonhos
            perigo de queimar na chama de um fósforo

Em meus dias
guardo calendários embaralhados
livros inacabados
telas grávidas de luz
resistindo fragmentos de sol
circulando nas veias...