respingando tinta
escrevo pagina de poesia
prematura e cega
o verso mistura-se as tintas
sem ancora sem métrica
dia acasalado as sombras da epidemia
nas ruas estigma e luto
grossas pinceladas
invento natureza indomável
movimento, cor, ritmo
identidade sem espelho
presa ao calendário
os dias sobreviventes
as labaredas da floresta
a morte dos rios
as periferias da fome
cicatrizes anestesiadas
ecos do desejo
minha inquietação
a cor que virá !