quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Candeia




...na chama noturna 
contorno de mulher em desejo silente
chama d'olhos
beijo em milhões de volts
iluminando continente adormecido 
debaixo da pele,  debaixo da carne
música enchendo a cidade mergulhada no limbo.

No olho do sonho
ruas sem ferrugem sem sal
atravessando o coração do poema 
expondo selvagem ardor

Chama noturna
sóis explodindo silencio celular
mulher lunar
nívea beleza cegando limbo
frágil  cheiro carmim
prestes a quebrar 
verso pulsando como locomotiva atropelando a dor

Chama de um suave adágio
teu corpo em aquarela revela-se
ritmo das cores 
corola rósea despindo claustros da libido
exposição crua da via-crucies do corpo
corte em fruto maduro
galaxias do amor que carrego na carne 
âncora recolhida depois do orgasmo 

No meio da noite 
eletricamente rabiscar outro verso 
chama na chama 
perigoso espelho
beijo partido em mil pedaços.